terça-feira, 31 de maio de 2011

Perspectivas da inovação brasileira ‎

Será lançado na próxima quinta-feira (02/06), às 9h30, na Câmara dos Deputados em Brasília (DF), o livro Inovações tecnológicas no Brasil – desempenho, políticas e potencial. Editado pela Prospectiva Consultoria, em parceria com a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), o livro, publicado pela editora Cultura Acadêmica, é uma coletânea de análises de gestores na área de ciência e tecnologia sobre a problemática que envolve o desenvolvimento de pesquisa no Brasil, especialmente na área da saúde.

Entre os autores dos artigos reunidos na publicação estão o diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, e o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro da Coordenação Adjunta de Pesquisa para Inovação da FAPESP, Sérgio Robles Reis de Queiroz.

Brito Cruz é autor de um capítulo sobre recursos humanos para a ciência e tecnologia, em que chama a atenção para a baixa inserção de pesquisadores em empresas brasileiras. Por sua vez, Queiroz escreveu um artigo sobre atração de investimentos para inovação, em que argumenta que a atratividade do país para pesquisa e desenvolvimento ainda é baixa, mesmo com algumas melhorias realizadas nos últimos anos.

Os organizadores da publicação são o professor de relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo e diretor da Prospectiva Consultoria, Ricardo Ubiraci Sennes, e o presidente executivo da Interfarma, Antonio Britto Filho.

O livro será lançado em uma cerimônia que deverá contar com a presença do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, e do presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, Bruno Araújo.

Durante o evento, será realizado o painel “Inovação no Brasil em perspectiva comparada”, que terá como palestrantes Brito Cruz e o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Glauco Arbix, que também é um dos autores do livro.

O lançamento do livro ocorrerá no Plenário 13, Anexo II, da Câmara dos Deputados, localizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF).

Mais informações: ou (61) 3216-6458.

Inovações tecnológicas no Brasil – desempenho, políticas e potencial
Organizadores: Ricardo Ubiraci Sennes e Antonio Britto Filho
Lançamento: 2011
Mais informações: www.culturaacademica.com.br/contato.html

Por Elton Alisson

Agência FAPESP

Fonte: redenoticia.com

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Longe da novidade

As empresas do Brasil investem pouco em tecnologia e inovação, menos que o governo, que também investe pouco em ciência e tecnologia. Qualquer comparação internacional mostra que em outros países as empresas investem mais em inovação porque receberão em troca algo concreto: produtos que podem dar a elas muito lucro e dianteira na disputa com competidores.

Em relação ao PIB, nossos investimentos no setor são os mais baixos entre as maiores economias. Esse é um dos inúmeros gargalos que o Brasil enfrenta. São investimentos em pesquisa, ciência e inovação que farão o país gerar conhecimento, criar produtos, serviços e técnicas novas de produção para conquistar a longo prazo mais espaço no comércio internacional. Ciência e tecnologia são coisas diferentes, como explica Roberto Nicolsky, da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec):

— São conceitos confundidos. Ciência é busca por conhecimento novo, é a fronteira do saber. Tecnologia, ou inovação, é usar conhecimento que já existe, científico ou não, e adaptá-lo à produção.

Perdemos nos dois campos. Em relação ao PIB, estamos investindo menos que outros países tanto em ciência quanto em pesquisa e desenvolvimento tecnológico (P&D). De acordo com dados do Ministério da Ciência e Tecnologia, os gastos com P&D fecharam 2009 em 1,19% do PIB. Muito menos que Coreia do Sul, por exemplo, que investiu 3,36%; Cingapura, 2,61%; e Austrália, 2,21%.

As empresas lideram investimentos em pesquisa e desenvolvimento em países de ponta. No Japão, elas foram responsáveis por 2,69% do investimento em relação ao PIB, enquanto o setor público ficou com 0,54%. Na Coreia, a relação foi de 2,45% para 0,54%. No Brasil, as empresas gastaram 0,55% e o governo, 0,61% do PIB.

Num programa que fiz esta semana no Espaço Aberto, Nicolsky defendeu que as empresas sejam subsidiadas para investir em P&D. Mas há quem considere que falta às empresas brasileiras cultura de pesquisa e inovação.

— As empresas não têm ainda esta cultura. Estão atoladas em impostos, juros altos e têm aversão a investimento de risco. Há também a forma como elas se desenvolveram, com importação de bens de capital e tecnologia. Importa-se bens de capital e com treinamento a produtividade cresce — explicou o presidente do CNPQ, Glaucius Oliva.

Nicolsky acha que o país investe muito em ciência e pouco em inovação. Acredita que estamos 40 anos atrasado. Defende que o Brasil está com déficit de US$ 84 bi em produtos e serviços que envolvem tecnologia. Outros fazem contas bem menores, mas em todas há déficit. Ele defende que gastos com ciência fiquem com as universidades, enquanto as empresas se concentrem em P&D:

— O governo arrecada R$ 3 bi por ano das empresas mas repassa 82% para ciência e 18% para P&D. Crescemos muito na publicação de teses mas continuamos fracos no registro de patentes.

Pode até ser, mas um aluno de mestrado no país recebe R$ 1.200 de bolsa do CNPQ, pouco mais de dois salários-mínimos, enquanto o de doutorado ganha R$ 1.800. Glaucius Oliva, presidente do CNPQ, justifica o valor:

— Temos sempre que optar entre crescer o valor da bolsa ou aumentar o número de bolsistas. Em 10 anos, o número de bolsistas saiu de 14 mil para 70 mil.

A maior parte do investimento empresarial em ciência e inovação no Brasil é feita pela Petrobras. Por ano, a empresa gasta R$ 1,45 bilhão em ciência e tecnologia, mantendo o maior centro de pesquisa da América Latina, o Cenpes.

— Nossa visão é que ciência e tecnologia são complementares. O foco é inovação, mas se o conhecimento não é suficiente é preciso ir à ciência. Temos parceria com universidades, com orçamento de R$ 400 milhões, para estudos na nossa área — disse Carlos Tadeu Fraga, gerente-executivo do Cenpes.

A Vale também investe pesado e tem projeto de R$ 900 milhões para construir o Instituto Tecnológico Vale (ITV). O diretor-presidente do ITV, Luis Mello, diz que uma das dificuldades na área é conseguir aproximar os universos científico e empresarial:

— De uma forma geral, a visão do empresário é que o cientista tem pouca noção de custos e prazos. Já a universidade acha que as empresas tem visão limitada e imediatista. Mas as barreiras estão sendo quebradas.

Luis Edmundo Aires, vice-presidente de tecnologia e inovação da Braskem, diz que as mudanças econômicas dos últimos 20 anos estão forçando as empresas a ampliar investimentos na área:

— A estabilização trouxe o planejamento de longo prazo. A abertura comercial faz as empresas investirem em inovação para se diferenciar dos concorrentes externos.

O setor de cosméticos investe porque precisa desenvolver princípios ativos próprios para se diferenciar. Alessandro Mendes, diretor de desenvolvimento de produtos da Natura, que investiu R$ 140 milhões na área em 2010, cita outro motivo para explicar o atraso do Brasil:

— A inovação geralmente é feita na matriz. Então quando filiais vêm ao Brasil, elas não trazem essa produção, recebem de fora a informação.

Seja qual for o motivo, o fato é: o Brasil está atrasado.

Fonte: oglobo.globo.com/economia/miriam

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Ericsson vai investir R$ 40 milhões em ampliação do centro de inovação

SÃO PAULO - A Ericsson anunciou investimentos de R$ 40 milhões na expansão do Centro de Inovação de Indaiatuba (interior de São Paulo) em 2011. O objetivo da fabricante de tecnologia e serviços para operadoras de telecomunicações é se preparar para atender à expansão da demanda por banda larga no Brasil e ao crescimento do mercado latino-americano e do Caribe com relaçâo à projetos de multimídia e IPTV.

"Com o ivestimento, estamos reafirmando o compromisso com o país e ainda atendendo à demanda da Telebras", destaca Sergio Quiroga, presidente da Ericsson para a América Latina e Caribe. A estatal Telebras, ressuscitada no governo Lula para encabeçar o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), privilegia em suas exigências os fornecedores nacionais.

O investimento do centro possibilitará à empresa focar-se em soluções de desenvolvimento, que podem incluir produtos tradicionais, como tarifação, bilhetagem e integração de sistemas, além de produtos derivados de novos negócios, como mídias sociais, verticais e computação em nuvem.

O CI é composto por duas áreas principais: soluções gerais, que inclui pesquisa, amostras e protótipos, telefonia fixa e customização regional, e soluções de cobrança e atendimento ao cliente.

A fábrica de São José dos Campos também se beneficiará da expansão dos investimentos no país. Segundo Quiroga, a unidade deverá fechar o ano com uma produção de 40 mil estações radiobases de telefonia celular. No Brasil, a empresa detém 35% de participação desse mercado e mais de 80% em centrais de comunicação.

Quiroga diz que pretende expandir a sua presença no mercado por meio dos setores de utilities e chegar a ampliar a cota de exportação da produção nacional, que hoje está em 40%.

(Tatiana Schnoor | Valor)

Fonte: valoronline.com.br

terça-feira, 17 de maio de 2011

Sebrae destinará R$ 800 mi para projetos de inovação

O financiamento da instituição nos projetos de inovação será de 85% a 90%.

RIO - O Sebrae fará um aporte de quase R$ 800 milhões nos próximos três anos para projetos de inovação em micro e pequenas empresas, informou hoje o presidente da instituição, Luiz Barretto, durante o 23º Fórum Nacional, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O financiamento da instituição nos projetos de inovação será de 85% a 90%, cabendo às empresas a participação restante. Segundo Barretto, a inovação é um instrumento para fazer com que as pequenas e microempresas consigam enfrentar a concorrência de produtos chineses.

"Apenas 12 mil das pequenas e microempresas exportam seus produtos. A grande dificuldade é pensar como elas podem se inserir e ampliar seu mercado", disse Barretto. "Não há como pensar no desenvolvimento do País sem pensar na inclusão das pequenas e médias empresas. Elas participam apenas com 20% do Produto Interno Bruto (PIB). Nos países desenvolvidos, esse patamar é quase o dobro disso. Na Argentina e no Chile, também. Há um desafio de aumentar a participação no PIB".

Segundo ele, a Copa do Mundo e as Olimpíadas significam novas oportunidades para micro e pequenos empresários. De olho no potencial de novos negócios, o Sebrae contratou a Fundação Getúlio Vargas para fazer um mapa de oportunidades e requisitos que devem ser preenchidos pelas pequenas e microempresas.

"A Petrobrás quer contratar fornecedores pequenos, mas há requisitos que precisam ser preenchidos. Nós queremos descobrir quais são esses requisitos para que as pequenas empresas possam ser fornecedoras", explicou o presidente do Sebrae, ressaltando que há nove setores em estudo com potencial para uma participação maior dos pequenos e médios empresários.

Autoria: Daniela Amorim e Sabrina Valle, da Agência Estado

Fonte: estadao.com.br

sábado, 7 de maio de 2011

Mercadante reafirma importância de transformação da FINEP em banco

Em audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Senado Federal, realizada no dia 4/5, o ministro da Ciência e Tecnologia (MCT), Aloizio Mercadante, reafirmou a importância da transformação da FINEP em banco.

Segundo ele, a inovação deve ser uma prioridade nacional e um eixo estruturante do desenvolvimento. Para que isso se torne realidade, é necessário criar novos instrumentos e aperfeiçoar o marco regulatório. A ideia é criar um novo padrão de financiamento do desenvolvimento tecnológico e da inovação, mais robusto em volume e qualidade, com novas fontes de recursos vindas dos royalties do pré-sal, da criação de novos fundos setoriais.

- Para investir em inovação de modo a fazer a diferença na elevação do padrão de competitividade da economia, a atuação da FINEP como um banco público de inovação é essencial. O debate sobre essa evolução da FINEP está longe de ser simples. Todas as implicações e consequências devem ser cuidadosamente ponderadas, pois o que está em jogo é a definição dos contornos da instituição mais adequada que o país necessita para apoiar a inovação. Por isso mesmo, as discussões estão sendo desenvolvidas com o MCT, o Ministério da Fazenda e o Banco Central, num curso natural de amadurecimento dentro do próprio governo - disse o ministro.

A proposta foi bem recebida pelos senadores e pelo presidente da Comissão, senador Eduardo Braga (PMDB/AM), ex-governador do Amazonas, que se manifestou favoravelmente. Além de representantes do MCT, participaram da audiência integrantes da área de C&T e senadores que compõem a comissão.

Na audiência, Mercadante também destacou a descentralização das universidades federais, que ainda apresentam concentração na região Sudeste. Segundo ele, é necessário investir em bolsas de estudo e programas de infraestrutura da pesquisa.

“Nosso desafio é manter os centros de excelência e dar qualidade ao sistema de pós-graduação de outras regiões. A política orçamentária do País precisa ter uma visão estratégica, para darmos um salto e expandir o setor de ciência, tecnologia e inovação”, disse o ministro.

Outro desafio destacado na audiência é o avanço da Banda Larga, principalmente na região Norte. Mercadante defendeu a melhoria dos acordos firmados entre governo e empresas de telecomunicações para oferta de banda larga nas escolas públicas. Para o ministro, é necessária uma discussão maior acerca do assunto no Senado.

O presidente da CCT propôs a formação de uma equipe formada por representantes do MCT e consultores da comissão para elaboração de propostas de alteração das legislações de C&T. “Se assim procedermos antes do término do primeiro semestre teremos matérias de defesa do setor”, disse Braga.

Fonte: finep.gov.br

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Orçamento de ciência e tecnologia pode ter corte de R$ 1 bilhão

O ministro Aloizio Mercadante informa que as perdas seriam resultado do projeto do pré-sal e tendem a travar pesquisas de ponta

O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, alertou que o orçamento de sua área pode sofrer um corte de até R$ 1 bilhãos, por conta da nova lei de repartição dos royalties com a extração do petróleo na camada pré-sal, que está em discussão no Congresso Nacional. Segundo ele, caso isso ocorra, algumas pesquisas de ponta ficarão congeladas, o que não permitirá ao Brasil avançar na sua atual posição de um grande exportador de ‘commodities’.

De acordo com a Agência Brasil, Mercadante colocou o problema durante uma reunião da Academia Brasileira de Ciências, realizada na última terça-feira, 3/5. Na ocasião, ele destacou que os prejuízos para o setor só não são piores por conta de uma decisão do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva que, em seu último dia de governo, garantiu mais um ano de recursos ao MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia).

“Este ano, nós já teríamos perdido R$ 900 milhões pela decisão do Congresso de como repartir os royalties do petróleo. O MCT, que tinha uma parcela assegurada de receita, teve ela [a parcela] diluída no Fundo Social, que ainda não está regulamentado, mas que jamais chegará ao que nós tínhamos”, pontuou Mercadante, acrescentando: “O [ex] presidente Lula manteve a participação e nos deu uma receita segura para 2011.”

Nesta quarta-feira, o ministro deve participar de uma audiência no Senado para apresentar o Plano de Ação do seu ministério. Mercadante vai aproveitar a ocasião para reforçar aos senadores o discurso de que a perda de recursos do MCT pode prejudicar outros setores da economia.

*Com informações da Agência Brasil

Fonte: olhardigital.uol.com.br